O SONHO DA MORTE
Que seus olhos abram entre os reinos
Não só no mundo das sombras,
Mas, em sua forma corpórea.
Que seus lábios se desprendam
E suas mãos se soltem,
Que gire a roda da vida
E pare a roda da morte.
Que os segredos desse reino
Torne-a consigo,
E que as fagulhas do tempo
Volte à lenha.
Queime, queime o passado
E reascenda o presente,
O presente do tempo
Selado por milhares de anos lunares.
Traga-os
E compreenda-os,
Use o que é seu por direito.
Seja o que realmente é por descendência
E deixe que todas as vidraças se estilhaçam.
Deixe a luz entrar
E seus raios dourados revelar,
A boa menina que da lua foi beijada
Imaculada.
Acorde, acorde para este reino
O reino material,
Onde os sonhos são reais
Que duram no tempo da vida,
Morrem
E, além do tempo
Permanecem no reino imortal.